Tolstói em seu leito de morte; gripe evoluiu para pneumonia
Morzov/RIA NôvostiLev Tolstói dava grande importância às últimas palavras de pessoas à beira da morte. Certa vez, escreveu em seu diário: “A palavra de um moribundo é particularmente significativa”. E nem sempre isso significa falta de senso de humor.
O escritor britânico Oscar Wilde, antes de morrer em um quarto cujo papel de parede o incomodava, disse: “Este papel de parede é horrível – um de nós terá que ir”.
O Russia Beyond relembra as últimas palavras de escritores russos.
1. “Uma certa borboleta já está voando.”
O vencedor do Prêmio Nobel Vladímir Nabokov tinha interesse em entomologia e colecionava borboletas. Dmítri, o filho do escritor, lembra que, quando ele estava se despedindo de seu pai, os olhos de Vladímir repentinamente se encheram de lágrimas: “Perguntei por que ele disse que uma certa borboleta já estava voando...”.
2. “Estou morrendo! Faz tempo que não bebo champanhe!”
O escritor e médico Anton Tchekhov morreu de tuberculose na cidade alemã de Badenweiler. Segundo uma antiga tradição local, o médico que diagnostica uma doença fatal em um paciente lhe oferece champanhe. As últimas palavras de Tchekhov foram dirigidas ao seu médico.
3. “A Rússia me comeu, como um porco idiota come seu porquinho.”
O poeta simbolista Aleksandr Blok ficou bastante doente na primavera de 1921. A doença foi causada por fome durante a guerra civil, exaustão nervosa e pela recusa da intelligentsia russa em aceitar seu poema revolucionário “Os Doze”.
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O escritor Maksim Górki, o comissário do povo Anatóli Lunatcharski, e os amigos do poeta tentaram obter permissão para que Blok fizesse tratamento no exterior, mas o Politburo do partido bolchevique travou o processo. O escrito morreu no dia em que o passaporte com permissão de viagem foi finalmente emitido.
4. “É você, idiota?”
Mikhail Saltikov-Schedrin era conhecido por seu humor e sátira implacáveis. Conta-se que ele teria cumprimentado sua própria morte com a pergunta: “É você, idiota?”.
5. “Eu te amei e não te enganei uma vez sequer, nem mesmo em pensamento.”
Essas foram as palavras finais do escritor Fiódor Dostoiévski à sua esposa Anna. Durante todo o período em que permaneceram casados, os dois passaram poucos dias distantes um do outro. Anna não era apenas esposa do escritor, mas também sua assistente – ela copiava seus manuscritos e lidava com as diretoras.
6. “Eu amo a verdade”
Aos 83 anos, o conde Lev Tolstói escapou para sua propriedade em Iásnaia Poliana, na região de Tula, a 200 km de Moscou. Acompanhado por sua filha e um médico, viajou em um vagão de trem na terceira classe. Durante o trajeto, pegou um resfriado, que se transformou em pneumonia. Já delirante, o escritor disse: “Eu amo a verdade”.
7. “Traga-me a escada!”
A imagem de uma escada é um dos principais mistérios do escritor Nikolai Gógol. Quando criança, o pequeno Kolia ouvia de sua avó a lenda de uma escada que levava as almas das pessoas ao céu. De diferentes formas, essa imagem está presente em muitas das obras de Gógol. “A escada, rapidamente, traga-me a escada!” foram as últimas palavras do escritor, segundo testemunhas oculares.
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