Os 10 pintores russos mais valiosos de todos os tempos

"Composição Suprematista", de Malevitch, na casa de leilões Sotheby's, em Londres, 2008.

"Composição Suprematista", de Malevitch, na casa de leilões Sotheby's, em Londres, 2008.

Leon Neal/AFP
Os quadros desses artistas russos são caçados por colecionadores de todo o mundo, que gastam milhões de dólares em leilões para adquirir suas obras.

10. Nikolai Féchin

Nikolai Féchin foi aluno de um dos mais famosos pintores russos, Iliá Répin. Ele nasceu na cidade de Kazan em 1881 e se mudou em 1923 para os Estados Unidos, onde é considerado um artista nacional.

Tanto na URSS, quanto na Rússia suas obras eram e ainda são altamente valorizadas, e uma grande coleção de suas obras é mantida no Museu de Belas Artes do Tartaristão, na Rússia Central.

Seguindo seu desejo, expresso no último testamento do artista, que faleceu na Califórnia, suas cinzas foram enterradas, em 1975, em sua cidade natal, Kazan. Em 2010, seu quadro "O Pequeno Cowboy" se tornou o objeto de arte russa mais caro do mundo, vendido na casa de leilões MacDougall a um colecionador russo anônimo que o adquiriu por US$ 10,8 milhões.

9. Natália Gontcharova

Natália Gontcharova. Espanhola, 1914.

Uma das mais famosas artistas russas, conhecida como "a amazona da vanguarda", Natália Gontcharova trabalhou em muitos estilos, como cubismo, raionismo e primitivismo, e participou de muitas associações e exposições de arte.

Especialista em iconografia, ela sempre deu bastante atenção aos motivos folclóricos russos. Junto com seu marido, o artista Mikhail Larionov, eles viveram na França por muitos anos e trabalharam na cenografia e trajes para as Estações Russas de Diaghilev.

Em 2007, o quadro "A Colheita de Maças", de Gontcharova, foi vendido na Christie's, em Londres, por quase US$ 10 milhões, estabelecendo um recorde para o valor de pinturas de artistas mulheres.

No ano seguinte, outra pintura de Gontcharova bateu esse recorde: "Flores", que foi vendida por US$ 10,9 milhões. Em 2010, seu quadro "Espanhola" foi vendido por US$ 10 milhões em Londres.

8. Nicholas Roerich

Nicholas Roerich. Madonna Laboris, 1933.

Nicholas Roerich é um dos mais misteriosos e originais artistas russos. Ele é conhecido mundialmente por suas paisagens do Himalaia e por repensar temas religiosos e bíblicos.

As pinturas do prolífico Roerich muitas vezes foram a leilão e os amantes da arte russa pagam milhões de dólares para comprá-las. Assim, seu quadro "O Maior e Mais Sagrado de Tangla", do ciclo "Sambala", foi vendido na Christie's por US$ 1,42 milhão; "Lao Zi", por US$ 1,9 milhão; e "Fumaça do Mundo", por US$ 2,5 milhões.

O quadro mais caro de Roerich é "Madonna Laboris", vendido em 2013 por US$ 12 milhões.

7. Valentin Serov

Valentin Serov. Retrato de Maria Tsetlin, 1910.

Os quadros de realistas e dos “Itinerantes”, movimento do final do século 19 e início do século 20, raramente vão a leilão, ao contrário das obras de artistas da vanguarda russa.

Assim, geralmente, eles são vendidos a preços mais baixos. As obras de Ivan Aivazóvski, Arkhip Kuindji ou Ivan Chíchkin foram vendidos por, no máximo, pouco mais de US$ 3 milhões.

Mas, em 2014, o “Retrato de Maria Tsetlina”, de Valentin Serov, chegou à Christie's, em Londres, proveniente do Museu Israelita de Arte Russa em Ramat Gan, e foi arrematado por US$ 14,5 milhões, estabelecendo o recorde absoluto em preço de arte russa em Londres.

6. Chaïm Soutine

Chaïm Soutine. Homem com Echarpe Vermelha, 1921.

Chaïm Soutine é frequentemente rotulado como um artista francês e mestre da "Escola de Paris", mas ele nasceu em uma aldeia lituana, pertencente, naquele período, ao Império Russo.

Ele era o décimo filho de uma família de onze irmãos e, aos 20 anos, se mudou para Paris para estudar pintura. Lá, ele conheceu muitos artistas eminentes e se tornou um próximo amigo de Amedeo Modigliani.

Seu quadro “Retrato de um homem usando um lenço vermelho" arrecadou US$ 17,2 milhões na Sotheby's em 2007, e, um ano antes, "Carcaça de carne bovina" foi arrematado por US$ 15,2 milhões na Christie's.

Na década de 2010, três pinturas de Soutine foram adquiridas por um banco bielorrusso, entre elas "Grandes Prados em Chartres com um Viaduto" (US$ 400 mil), "Eva" (US$ 1,8 milhão) e "Dormindo com um livro. Madeleine Castaing" (US$ 450 mil).

5. Alexej von Jawlensky

Alexej von Jawlensky. Shokko com um chapéu de abas largas, 1910.

Jawlensky é considerado o primeiro e o mais famoso expressionista russo. Ele se mudou para a Alemanha antes da Primeira Guerra Mundial, onde conheceu o estilo e se tornou um dos membros da associação de arte "Cavaleiro Azul", de Kandínski.

Jawlensky não era muito conhecido na Rússia antes da grande exposição de suas obras no Museu Russo, no início dos anos 2000. Com o aumento do interesse qunato ao pintor, seu quadro "Shokko com um chapéu de abas largas" foi vendido em 2003 na Sotheby's por US$ 8,3 milhões, e, em 2008, já por US$ 18,6 milhões na Christie's. 

Em 2006, seu quadro "Olhos Catanhos" foi vendido por US$ 5,5 milhões na Christie's.

4. Nicolas de Staël

Nicolas de Staël.

O nome verdadeiro deste pintor de nacionalidade francesa e origem russa é Nikolai Stahl von Holstein. Filho de um general do exército russo, após a Revolução, aos cinco anos de idade, ele foi forçado, com a família, a emigrar da Rússia soviética.

Seus pais morreram logo depois, e Nicolas foi adotado por uma família belga. Ele estudou pintura na Academia Real de Belas Artes de Bruxelas e, mais tarde, viveu entre a França, a Itália e a Espanha.

Os contemporâneos que os influenciaram foram outros emigrantes russos: Chaim Soutine e Wassily Kandinsky. Staël é considerado um representante proeminente do tachismo e do expressionismo abstrato, uma resposta ao cubismo. Ele é conhecido sobretudo por seu uso de um impasto espesso e pelas paisagens intensamente abstratas.

Em 2011, seu quadro "Deitada Nua" foi arrematado no leilão Artcurial Paris por US$ 9,4 milhões; em 2018, a pintura "Flores", por US$ 9,7 milhões; e "Nua em Pé", por US$ 12 milhões. Em 2019, a enorme abstração “Grandes Futebolistas”, foi vendida na Christie's por US$ 22 milhões.

3. Marc Chagall

Marc Chagall. Amantes, 1928.

Em 1990, apenas cinco anos após a morte deste pintor que viveu na pobreza, o quadro "Aniversário" foi vendido pela Sotheby's por US$ 14,85 milhões. O comprador foi o empresário japonês Hironori Aoki, que já possui cerca de 30 quadros do artista em sua coleção.

A Sotheby's também vendeu sua pintura "O Grande Circo" duas vezes: em 2007, por US$ 12 milhões, e, em 2017, por US$ 16 milhões. No mesmo ano, o quadro "Três Velas" foi vendido por US$ 14,5 milhões e a obra "Amantes", por US$ 28,45 milhões.

2. Wassily Kandinsky

Wassily Kandinsky. Pintura Com Linhas Brancas, 1913.

Com seu estilo único, o abstracionista Kandinsky é um dos artistas russos mais famosos mundo afora. Em 1990, sua pintura "Fuga" foi arrematada na Sotheby's pelo colecionador Ernst Bailer por US$ 38,2 milhões.

Em 2017, outras duas pinturas suas bateram recordes na Sotheby's: o quadro "Murnau. Arco-íris” foi vendido por US$ 26,7 milhões em apenas 22 minutos, enquanto “Pintura com Linhas Brancas” foi arrematado por US$ 42 milhões.

1. Kazimir Malevitch

Kazimir Malevich. Composição Suprematista, 1916.

Malevich é um verdadeiro recordista e várias obras suas foram listadas muitas vezes nos rankings de pinturas mais caras do mundo. Em 2015, na Sotheby's, seu quadro “Suprematismo místico” foi vendido por US$ 38 milhões e “Suprematismo. 18ª construção”, por US$ 34,1 milhões.

Até hoje, a pintura russa mais cara de todos os tempos é a "Composição Suprematista" de Malevich. Em 2008, o quadro foi vendido na Sotheby's por US$ 60 milhões e, em 2018, ela bateu seu próprio recorde: um comprador anônimo arrematou a  obra na Christie's por US$ 85,5 milhões.

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