A Primeira Guerra Mundial, ou a Grande Guerra (como era chamada pelos contemporâneos), foi marcada pelas intermináveis batalhas com trincheiras, trabalho árduo e tédio entre os soldados. Não era à toa, portanto, que ficavam ansiosos para apimentar a rotina maçante sempre que fosse possível.
Os teatros eram muito populares. Às vezes, os soldados encenavam suas próprias peças amadoras, mas a verdadeira celebração ocorria quando artistas famosos os visitavam.
“Nossos ‘Cavaleiros’ de Kursk, Smolensk, Riazan e outros lugares rodearam os artistas e observaram como madame Lopukhova estava dançando. E ela estava ótima. A floresta e as colinas nos protegiam do inimigo, e nós estávamos nos divertindo logo abaixo do nariz dos alemães”, escreveu um soldado russo em uma carta sobre a visita da conhecida bailarina Evguênia Lopukhova.
Os soldados recebiam presentes não só de suas famílias. Várias entidades realizavam obras de caridade para reforçar a moral das tropas. Os presentes para soldados eram enviados pelas autoridades locais, empresários individuais e cidadãos comuns. Como um correspondente do jornal “Sovremennoye Slovo” (Palavra Moderna) escreveu certa vez, os soldados viam esses presentes como um símbolo dos laços fortes entre a sociedade e o Exército – uma “prova de que o país não se esquecera deles”.
A confraternização em massa entre soldados russos e alemães (e austríacos) na Frente Oriental da Primeira Guerra Mundial começou no final de 1916 e espalhou-se amplamente ano seguinte, quando o Exército russo estava totalmente desmoralizado. Esta foto tirada em 1915 supostamente mostra um dos raros casos de confraternização naquele ano, mas também poderia representar uma simples brincadeira por parte dos soldados russos (que teriam vestido o uniforme do inimigo como um troféu).
Soldados muçulmanos do 267º Regimento de Infantaria Dukhovschinsky durante oração. Cerca de 1,5 milhão de muçulmanos serviram no Exército russo durante a Primeira Guerra Mundial. Temendo que pudessem ficar do lado do Império Otomano, que se declarava o protetor de todos os muçulmanos, as autoridades russas usaram soldados muçulmanos sobretudo em operações em curso na Europa.
O cabo de guerra era uma das atividades mais adoradas entre os russos na frente.
Militares russos se divertindo perto da pequena cidade francesa de Mailly-le-Camp em 1916. Mais de 45 mil oficiais e soldados lutaram na força expedicionária russa na França e participaram da defesa da região de Champagne e da Batalha de Verdun.
Soldados do 267º Regimento de Infantaria Dukhovschinsky brincando com bolas de neve em 1916.
Celebração da Páscoa, com distribuição ovos e bolos, em abril de 1917. Em estado de anarquia completa na época, o Exército russo sofria com deserções em massa, insubordinação, fraternização com inimigos e linchamento de oficiais.
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